“Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida.” Pv 4.23 (NVI)
É o alvorecer de uma nova primavera, a gradativa transição da infância para a fase adulta, trazendo consigo muito mais do que simples mudanças físicas e hormonais, surge também o despertar de novos horizontes, percepções e sentimentos. O desejo de se converter as relações que até então eram tão somente relações de afinidade e amizade, em relações de afetividade e carinho pelo indivíduo do sexo oposto. Corações inflamados por uma certeza “incerta” de haverem encontrado “o grande amor de suas vidas!”, explodem em um misto colorido e confuso de alegria e ansiedade.
Em outro extremo desta mesma cena, existem corações solitários, magoados e desiludidos, talvez, muitos deles, traídos por aqueles que um dia lhes fizeram juras eternas. Há ainda, aqueles que por uma triste fatalidade, se viram completamente sós.
Tanto os primeiros quanto os últimos, anseiam por encontrar sua cara metade, e junto dela, construírem um relacionamento abençoado, podendo desfrutar assim da tão esperada felicidade prometida por Deus, pois ele mesmo nos ensina que: melhor é que sejam dois, pois ambos se amparam e lutam juntos por um objetivo comum (Ec 4.9-12 ARC).
Mas como ter a convicção de que aquela pessoa seja realmente o “príncipe” ou a “princesa” de seus sonhos, e de que apesar das imperfeições inerentes a sua condição humana, seja possível construir com ela, uma relação baseada no amor, na fé, no respeito e na cumplicidade entre ambos.
Antes de prosseguir, é necessário se estabelecer três pontos fundamentais:
O objetivo deste artigo, não é o de se estabelecer ou discutir qual a idade adequada para namorar;
A família é a primeira instituição criada por Deus (Gn 2.22-24 BT/ARC), e Ele dedica especial atenção a ela, portanto, crises conjugais não configuram motivo para separação (salvo casos de adultério conforme Mt 19.9 NTLH), e havendo tais crises, deve-se primeiramente buscar estabelecer o diálogo para que sejam solucionadas as divergências, e quando necessário pode-se recorrer ao aconselhamento pastoral;
Não existe uma regra que seja mais eficaz do que a direção do Espírito Santo para sua vida, portanto, para toda e qualquer situação, busque primeiramente a Deus.
Continuando,
Muitas pessoas com quem tenho tido contato nestes últimos anos, tem me questionado a respeito de suas dificuldades, expectativas e dúvidas acerca de seus relacionamentos afetivos.
Na grande maioria das vezes, é fácil observar que os questionamentos são em quase que sua totalidade, movidos por pura emoção, observo ainda, que a suposta paixão, e até mesmo o receio de permanecer só, subtrai parte significativa de sua sobriedade e razão, fazendo-o inclusive projetar no outro, a única possibilidade de ser feliz. Esta é uma linha tênue e perigosa, e que tem levado muitas pessoas a uma vida de tristeza e desilusão.
Após meditar e orar sobre a regularidade de tal assunto, fui inspirado pelo Espírito Santo a criar uma pequena regra que levaria meu interlocutor a refletir sobre o quanto este relacionamento (ou futuro relacionamento) poderia estar dentro dos planos de Deus para sua vida.
A esta pequena regra dei o nome de REGRA DOS 3 F´s (Fé, Família e Futuro), entretanto, lembro a você, que as melhores respostas vem de Deus, por meio do Espírito Santo, e a regra dos 3 F´s, é apenas uma forma de se buscar junto a Ele, as respostas adequadas para sua inquietação.
A REGRA DOS 3 F´s
Primeiro F – Fé
A fé não consiste somente em acreditar em Deus e na obra redentora de Nosso Senhor JESUS CRISTO, mas também, em praticar seus ensinamentos, ter como certos seus princípios e valores. É a absoluta convicção de que sua palavra é a expressão da verdade, e por meio desta mesma palavra, orientar toda a conduta de sua vida.
Compreender que relações sexuais, ou qualquer outro tipo de contato íntimo fora do casamento, não são provas de amor, mas consistem em atos de promiscuidade e prostituição (1 Co 6.13 ARC), que a intimidade do casal é a consumação do amor entre marido e esposa, e que somente nesta circunstância, é abençoada por Deus.
Construir um relacionamento com uma pessoa que não compartilha da mesma fé, cria entre ambos um jugo desigual (2 Co 6.14-15 NVI), pois é certo, que não somente a crença, mas principalmente os valores e princípios serão muito diferentes. “Duas pessoas andarão juntas se não estiverem de acordo?” (Am 3.3 NVI)
Segundo F – Família
Qualquer relacionamento afetivo deve ampliar os laços e aproximar as pessoas, pois não existe apenas um lado, ou somente duas pessoas envolvidas, existem sim, dois grupos, que envolvem não somente o casal, mas também, família, igreja, amigos, etc.
Um relacionamento que cria dissensões, e o afasta de sua família (pais, filhos, irmãos e igreja) e de seu convívio social com outras pessoas, não lhe trará benefícios, pois bem sabemos que Deus preza os relacionamentos, e para tanto nos fez seres sociais.
Devemos nos lembrar que o compromisso que temos com relação a nossa família, é o de compartilhar, sorrir e chorar juntos, é o de estar presente, e prestar auxílio quando necessário, mesmo que somente com nosso tempo ou nossa atenção.
Um relacionamento abençoado por Deus, nunca o afasta, ao contrário, o aproxima mais ainda de sua família.
“Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel.” (1 Tm 5.8 ARC).
Terceiro F – Futuro
Você já parou para pensar, que antes mesmo deste relacionamento bater as portas de seu coração, você nutria em seu íntimo, sonhos, planos e projetos para seu futuro?
E que estes mesmos sonhos, o motivavam e o faziam sentir-se vivo, lhe trazendo ânimo, força e vontade de vencer.
É importante lembrar-se que quando Deus criou a mulher, deixou claro o intento de que tanto homem, quanto mulher seriam um para o outro, proteção e amparo, “Depois o Senhor disse: – Não é bom que o homem viva sozinho. Vou fazer para ele alguém que o ajude como se fosse a sua outra metade.” (Gn 2.8 NTLH).
A realização dos sonhos de um casal, passa pelo sucesso de ambos, e jamais pelo sucesso de um em detrimento ao outro.
Não há coerência em um relacionamento onde para alegria de um, é necessária a tristeza do outro, ou ainda, que um tenha suas habilidades exaltadas, enquanto o outro é humilhado e tratado como ser incapaz.
Num relacionamento abençoado por Deus, ambos se alegram e regozijam, um com as realizações do outro, estando sempre prontos a motivar, sugerir e oferecer apoio quando preciso.
Amado irmão (ã), sempre que reflito sobre este assunto, trago a memória o exemplo de minha amada esposa Alessandra, que um dia confiou a Deus seu coração e suas expectativas, e hoje já passados quase dezesseis anos, continuamos a cuidar juntos do amor que Deus semeou entre nós.
Desejo sinceramente, que estas três pequenas regras, sejam para você, ferramentas que o auxiliem a buscar a resposta de Deus para os desejos do seu coração.
“Clama a mim e eu responderei e lhe direi coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece” (Jr 33.3 NVI).
Fonte:Anderson Monteiro
www.solaverita.blogspot.com