Apesar de comemorar o resultado econômico da realização da abertura da Copa das Confederações em Brasília, com a vitória do Brasil sobre o Japão por três a zero no sábado (15) no estádio Mané Garrincha, o governo do Distrito Federal gastou praticamente o dobro do valor que o evento trouxe à cidade. De acordo com a Secretaria de Turismo do DF, a abertura do mundial de futebol injeta na economia da capital federal cerca de R$ 22 milhões com a "movimentação da rede produtiva", a maior parte na rede hoteleira. Já a abertura, nas contas do próprio governo, custou quase R$ 42 milhões aos cofres públicos.
Os gastos do DF exclusivamente com a abertura da competição foram três: R$ 34 milhões em estruturas provisórias para a Fifa no Mané Garrincha e seu entorno, R$ 5 milhões com os shows e a transmissão da partida ao vivo na Esplanada dos Ministérios, e outros R$ 2,8 milhões em camarotes e pelo menos mil ingressos VIP para a estreia. Foram R$ 41,8 milhões no total.
Assim, apesar de ter movimentado o comércio e a rede hoteleira, a abertura deixou um prejuízo de R$ 19,8 milhões para a cidade. De acordo com o governo do DF, uma pesquisa da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) mostra que para o jogo entre Brasil e Japão, a capital federal recebeu 11.521 turistas, entre brasileiros e estrangeiros. Segundo a Embratur, a média de permanência dos visitantes é de 10 dias em cada destino.
Segundo o governo do DF, a Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) mostra que os hotéis registraram uma alta de 70% na demanda, que chegou a 95% de ocupação nos estabelecimentos da cidade. Nos bares, restaurantes e similares, o movimento foi de 10% a 12% maior no fim de semana da abertura da competição.
"O balanço foi muito positivo", afirma o secretário de Turismo do Distrito Federal, Luis Otávio Neves. "Fizemos uma abertura bonita e os visitantes saíram encantados com a cidade. As consequências não são somente pontuais, como este aumento de demanda no fim de semana, mas gradativas. O turista vem, gosta e volta, além de trazer novas pessoas para conhecer o destino", avaliou ele.
Possível improbidade
Nesta segunda-feira (17), o MP-DF (Ministério Público do Distrito Federal) exigiu que o governo do DF devolva os R$ 2,8 milhões gastos com camarotes e ingressos VIP, sob ameaça de ação de improbidade administrativa. O governo diz que a compra das entradas foi legal.