Por quê?
O que leva uma importante universidade a convidar alguém como ele? Na origem, talvez haja um impulso saudável. As democracias se fazem também no questionamento dos próprios valores, na autocrítica. Mas é isso o que ele representa?
Comprovadamente, o Irã financia o terrorismo palestino, o terrorismo libanês e parte do terrorismo iraquiano. Em relação a Israel, o seu posicionamento não se esgota na crítica política ou, vá lá, ainda que fosse, num eventual conflito armado por esta ou aquela questão. Ele deixa muito claro: quer banir o país do mapa. Na contenda com os judeus, sua delinqüência chega à negação do holocausto. É um chicaneiro vagabundo, sim. Mas é um homem perigoso.
A hipótese benevolente é a de que a exposição é positiva porque rompe o isolamento, o que seria bom para o mundo. É uma estupidez. No Irã, seus bate-paus não hesitarão em dizer que o herói foi ao ninho das serpentes e disse as verdades na cara do Grande Satã.
A verdade é uma só e insofismável: enquanto George W. Bush não puder ir a uma universidade do Irã para falar livremente, convidar Ahmadinejad para um palestra corresponde a criar uma hierarquia em que o Ocidente não está acima porque mais tolerante — está é abaixo, porque seu antípoda, o terror foi promovido a ação de resistência.
Por Reinaldo Azevedo Ler na Integra : http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/um-terrorista-nos-eua/